A Confraria dos Puros

Carlos Augusto da Motta Leal, Fernando Madeira, Cezar, Aloísio, Leonardo Lage da Motta, Gervásio Viçosi e Wilson Minhoca

Alexandre Avellar, Cezar Villar de Melo, Wilson Minhoca, Vivi e Ramaldes da XYZ em reunião agradável no Pier

O Espírito Santo sempre foi pródigo em coisas boas. Mármore, granito, bom café, transporte e por aí vai. Em boas novidades sofisticadas também: importação de automóveis e especialmente no consumo de bons vinhos iguarias e charutos. Quanta saudades da Casa do Porto da Aleixo Neto, sob o comando do querido Péricles, que hoje brilha nos Jardins da Pauliceia. Mas vamos falar aqui de charutos e focar nas confrarias, lugar onde pessoas que têm ótimo gosto e um bom trocado no bolso, já que um Cohiba Robusto, um dos meus prediletos, precisa de cerca de U$40 para ser abatido, ou queimado, se reúnem para harmonizar discussão sobre o sentido da vida, da forma mais agradável possível, ou seja, entre longas e saborosas baforadas.

Charuto Cohiba Robusto

Pois, em Vitória, capital do Santo Estado, um grupo seleto fundou a Confraria dos Puros, a primeira da cidade. Para conhece-la, nada melhor do que dar uma baforada no texto de um dos seus fundadores e presidente, o brilhante advogado Carlos Augusto da Motta Leal. Vai ter início a sessão:

Apreciadores de charutos exalam convivência, inspiram-se por boas conversas e encantam-se com as melhores histórias, ainda que sejam estórias. Crescer pessoalmente é conviver e conviver é ouvir, falar, rir e aprender. Isto, no amálgama em que consiste o hábito de degustar um bom charuto com amigos, é uma das ótimas coisas da vida.

Carlos Augusto da Motta Leal, Fernando Madeira, Cezar Villar, Aloísio, Leonardo Lage da Motta, Gervásio Viçosi e Wilson Minhoca

Neste propósito é que há mais de dez anos, começamos a nos reunir em Vitória para degustar um puro no fim das sextas feiras e com a alegria peculiar inaugurar o fim de semana. Eu, Cezar (Ave Cezar), Wilson Minhoca e Leo, no extinto Café Tabaco.  Muitas risadas e ótimos papos. Logo logo, nosso hábito então inusitado, incomodou os presentes, mesmo com aquele tufão (ah aquele tufão…) não permitiu que ali persistíssemos. Gentilmente convidados a não voltar com charutos, descobrimos uma Loja de Roupas na Celso Calmon, que teve a ideia de depois das 18:00 h criar um ambiente para

fumadores e bebedores: dois ótimas e harmoniosos hábitos. E lá fomos nós, já ensaiando dar corpo, pois alma já tinha e muita, ao nosso grupo. Em uma das belas e agradáveis noites, Cezar cuidou de se empolgar com um vinhozinho e passamos a ser especiais clientes do estabelecimento.  Local agradável, garçom empolgado, momentos sempre memoráveis

 

Não durou muito, a ideia comercial da casa pereceu e ficamos desabrigados novamente. Eis que o café da esquina da João da Cruz com a Aleixo Neto nos recebeu e muito bem.  Neste momento já agregava valor à Confraria o grande Gervásio

Paulo Finamore e Gervásio Viçosi

Viçosi. Dias e noites ótimos ali. Ponto especial, nós exalando muita fumaça e alegria – as mesas ao lado com aquele infeliz abanar –  e ficamos… Certa noite a atendente anunciou o pior: a casa vai fechar. Logo veio o pensamento: seremos nós os destruidores de estabelecimentos? Algum otimista pautou a ideia: vamos comprar o ponto, fumar tranquilo aqui e ganhar um cascalho, pois aqui falta é gestão… coisa da terceira taça e do segundo doble corona. Logo o racional subiu e se viu que era furada. Resultado: desabrigados novamente. Mas aí, da mente poderosa de Wilson Minhoca nasceu a ideia: vamos criar nome, marca e logo para merecer a devida valorização e vamos para a calçada da Cachaçaria em Camburi. E lá fomos nós de casa nova. Muito bem recebidos, ficávamos no cantinho na área externa. E não é que demos fama e público ao

local? Qual não foi a surpresa a turma do abanador apareceu. Mesmo sentando depois sempre um infeliz a reclamar e com ousadia: – “tá fedendo a charuto aqui. ” Opa! Aí ofendeu! Charuto tem aroma, perfuma o ambiente e jamais pode ser

agravado com esta injúria. Mas como bom fumador quer paz, alegria e não gosta de incomodar, Minhoca, sempre ele, o

Wilson  (Minhoca)

criador e Embaixador da confraria dos puros, citou o Amadeu e sua casa, o Canto do Vinho. E lá fomos nós: enfim um porto seguro. Canto nosso, atendimento especial, mesa marcada, cinzeiro albergado e só alegria. Achegaram-se com muito valor Fernando Madeira, Aloisio e Luizinho. Muitas e muitas sextas, até que Amadeu falou em vender a casa e pediu para vender junto, para agregar valor, o registro de que era o loc da Confraria dos Puros.  Permitimos sem royalties pois

somos gratos à especial acolhida … nesta época Fernando Mattos já cerrava nossas fileiras com vigor. Habanos, off Cuba e baianos de escol pululavam à mesa. Eis que Ronaldo comprou a casa (Pier Aleixo) e manteve a mesma pegada, com um adendo, ele aprecia bons puros. E lá estamos e continuamos, inaugurando os fins de semana com ótimos puros e bons papos, às sextas-feiras as 18:30h.

Confraria dos Puros, sinônimo de bons papos e memoráveis momentos. É só chegar, sentar, acender um puro de boa índole que a alegria é certa!

                                                                   Por Carlos Augusto da Motta Leal

 

Os confrades, Fernando Madeira, Fernando Mattos, Gervásio e Carlos Augusto

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