Fragmentos

Hotel Lua em meados dos anos 50

Texto produzido em 2006 e reeditado para o novo formato da Revista VidaBrasil

E, no Café Society, enquanto mastigava caramelos de café com leite, assistia a meu pai ingerir sua dosezinha de Jurubeba para forrar o estômago antes da Brahma gelada. Olhava para o outro lado da Avenida e enxergava o espetacular Hotel Lua, para mim, um dos lugares mais importantes da cidade, pois, lá, eu sentia a conexão com o mundo, através dos seus ilustres hóspedes: os viajantes. Lá, também morava Zeca Dantas que, vez por outra, atravessava a avenida e vinha até o Café Society beber cerveja.

Mordi aquele pãozinho dourado, crocante, e viajei de mala e cuia para Euclides da Cunha. Fui parar em um ensolarado fim de tarde sentado ao batente de “O Crediário”,(onde está a letra T) para quem não sabe a primeira loja de eletrodomésticos

da cidade. E olha que, naquele tempo, sequer existia essa expressão. “O Crediário” vendia de tudo. Fogão, geladeira, rádio Zilomag, porta de aço, bateria Heliar e até tratuá que nada mais era do que o piso externo de origem francesa, corruptela de “trottoir”, palavra que, hoje define uma atividade não tão nobre.

Na seta, O Crediário de Jaime Amorim da Silva anos 60

Do outro lado da “imensa avenida”, era assim que eu a enxergava até ali pelos meus 10 anos, estava a padaria de João Costa, o produtor daquela delícia que, até hoje, frequenta a minha memória gustativa. João Costa, além de padeiro, era também, delegado de polícia. Um homem alegre, inteligente e de uma impressionante velocidade de raciocínio. Naquela época, era assim! Os mais importantes cidadãos eram os comerciantes. Era também padeiro, o Raimundo Thomaz, ainda vivo e saudável, aos quase 90 anos e à frente dos seus negócios que dizem ser grandes.

O dono de “O Crediário” era meu pai, Jaime Amorim, que todos os dias, ao final da tarde, ordenava ao Dedé de Tutu ou ao

Jaime Amorim

Chico da Judite “Chico, vai ali ao João Costa e traz seis amanteigados”. Eles eram ajudantes do meu pai. O amanteigado era o pão quentinho feito pelo João Costa e untado com uma generosa quantidade de manteiga “Radiante” que era aplicada ao pão com uma espátula de madeira. O Dedé, hoje, deve ser um homem com cerca de 60 anos e vive em São Paulo. O Chico foi brutalmente assassinado em um dos becos da cidade, com menos de 20 anos de idade. Era um sujeito espirituoso, um piadista nato. Sua morte causou imensa consternação.

 

 

O sol escaldante desaparecia no fim da tarde e, a noite começava no Café Society ou Bar de Zezito como preferiam outros. O Café Society ficava na esquina da “imensa avenida”, a Ruy Barbosa, com a Praça Duque de Caxias, então apelidada de “Praça do Pau de Oliveira Brito”. Quem conhece a história da cidade sabe o porquê do apelido. Quem não conhece não pergunte porque não vou explicar, mas posso garantir que não tem nada de imoral.

Praça Duque de Caxias, então apelidada de Praça do Pau de Oliveira Brito

Foi o Zezito do Belo, ou Zezito do Bar ou Zezito do Alto-falante quem deu esse apelido à praça. Ele foi um homem à frente do seu tempo. Fundou o primeiro cinema da cidade, o primeiro serviço de alto-falantes, foi proprietário de um dos

Zezito Campos entre a bela Alba Carvalho e o governador Lomanto Júnior

primeiros automóveis e, ainda por cima, em pleno sertão baiano, onde há pouco tempo Lampião passara semeando brutalidade e terror, inaugura um bar cujo nome é Café Society, expressão em voga no Jet Set mundial.

E, no Café Society, enquanto mastigava caramelos de café com leite, assistia a meu pai ingerir sua dosezinha de Jurubeba para forrar o estômago antes da Brahma gelada. Olhava para o outro lado da Avenida e enxergava o espetacular Hotel Lua, para mim, um dos lugares mais importantes da cidade, pois, lá, eu sentia a conexão com o mundo, através dos seus ilustres hóspedes; os viajantes. Lá, também morava Zeca Dantas que, vez por outra, atravessava a avenida e vinha até o Café Society beber cerveja, abrir o sorriso largo e a gargalhada estridente brindando com o não menos ilustre, o sobrinho Nelson Bastos. Zeca Dantas se foi aos quase 100 anos. Também longevo, Nelson, aos 93, ainda passeia espigado pelas manhãs euclidenses.

Em frente ao Night Club, Zé de Zezito, morto precocemente em um acidente de automóvel.

Mas não era só o Hotel Lua que fazia a minha conexão com o mundo. Zezito, também! Com seu automóvel, seu serviço de alto-falantes e seu “Night Club”. Isso mesmo, além do Café Society, ele era dono de um legítimo Night Club em Euclides da Cunha nos anos 60, carinhosamente chamado de “Naiti”. Para completar, fundou o cinema que, em seguida, venderia para Jonas Abreu.

Cine Maria da Graça, o cinema de Jonas.

Jonas Abreu viveu e morreu para o cinema, para a família e para os amigos, não necessariamente nessa ordem. Foi no cinema dele, que assisti a um clássico do cinema mundial, Hiroshima Mon Amour, do cineasta Francês Alain Resnais. Era na casa dele que todos íamos, às tardes de domingo, ouvir, na moderníssima radiola Zilomag, o som de Miguel Aceves Mejia, Bienvenido Granda e os sucessos do momento com a turma da Jovem Guarda

 

 

 

Certo dia, meu amigo Herder Mendonça convidou-me para, na sua casa de espetáculos, o saudoso Rock In Rio-Salvador, assistir a um show de Wanderléa, a musa da Jovem Guarda. Aos 60 anos, exuberante e superprofissional, ela adentrou ao palco para se apresentar a uma plateia de uma centena de pessoas. Por um erro estratégico qualquer, a menor em toda a história da casa. Mesmo assim, cantou como se estivesse se apresentando num estádio lotado. No meio do show, deslocou-se do palco, veio até onde eu estava, tomou-me as mãos e cantamos juntos “Uma vez você falou, que era meu o teu amor…” (trecho da canção Ternura, de Roberto e Erasmo Carlos). Digo cantamos, mas não foi bem isso. Ela cantava e eu chorava lágrimas dedicadas àquelas tardes de domingo que Jonas nos proporcionava.

 

                                                                                                                                                 

                                                                                  Por Celso Mathias

Riva: charme e glamour

 

Mais do que simples embarcações, confortáveis e bem-acabadas, os Riva tornaram-se um símbolo do design e da elegância italiana, baseado no que na época havia de melhor em materiais de construção naval: madeiras de mogno da Costa do Marfim, Gabão e Honduras, motores norte-americanos da Chris-Craft, manômetros de longa durabilidade e vernizes das melhores misturas, é claro! Se lhe perguntarem quais são os melhores do mundo, a resposta só pode ser Riva.

 

O barco das celebridades de todos os tempos. Ter um Riva era um sinal inequívoco de distinção e bom gosto, não espantando, por isso, que o príncipe Rainier de Mônaco se orgulhasse do seu “Les Rochers”, Brigitte Bardot do “Drácula”, Marcello Mastroianni e Shopia Loren do “pomentino”, Porfírio Rubirosa do “L’Abromzato” e a família real da Arábia Saudita do “Crude”.

 

Mais do que simples embarcações, confortáveis e bem-acabadas, os Riva tornaram-se um símbolo do design e da elegância italiana, baseado no que na época havia de melhor em materiais de construção naval: madeiras de mogno da Costa do Marfim, Gabão e Honduras, motores norte-americanos da Chris-Craft, manômetros de longa durabilidade e vernizes das melhores misturas, é claro! Se lhe perguntarem quais são os melhores do mundo, a resposta só pode ser Riva, o barco das celebridades de todos os tempos.

Os anos sessenta marcaram o período áureo dos Riva. De Monte Carlo a Portofino, passando por Saint Tropez e outras estâncias da Riviera ou Côte d’Azur, a elegância passeava nos mais variados modelos. Ter um Riva era um sinal inequívoco de distinção e bom gosto, não espantando, por isso, que o príncipe Rainier de Mônaco se orgulhasse do seu “Les Rochers”, Brigitte Bardot do “Drácula”, Marcello Mastroianni e Shopia Loren do “pomentino”, Porfírio Rubirosa do “L’Abromzato” e a família real da Arábia Saudita do “Crude”.

A esta lista dos mais famosos proprietários Riva podemos ainda a acrescentar Dino de Laurentis, Lamborghini, Jean-Paul Belmondo, Liz Taylor, Kirk Douglas (na foto com a jovem Brigitte), Richard Burton, Sean Connery, Peter Sellers, o xá da Pérsia, o rei Hussen da Jordânia e, mais recentemente, a família Pitangui com um modelo júnior, batizado de “Plástica”.

A fama dos Riva confunde-se com o próprio percurso de Carlo Riva, que, com pouco mais de 14 anos, já seguia atentamente o trabalho de seu pai Serafino, na Cantieri Riva, o modesto estaleiro da família. Aí, começou desenhando modelos de pequenos barcos de corrida, sendo o “Brun-Ella” o mais bem-sucedido em competições oficiais.

 

Quatro anos mais tarde, num conceito estético e técnico mais ambicioso do que aquele que caracterizava o trabalho do pai, desenhou o seu primeiro modelo de dois motores. Mais do que apresentar um barco moderno, começava a revelar-se uma evidente diferença de gerações entre pai e filho, fato que trouxe para a relação entre os dois uma tensão quase permanente.

Serafino apreciava silenciosamente o trabalho de Carlo, mas sempre se mostrou relutante em aceitar os seus planos. Por seu lado, pleno da juventude, apoiado nos conhecimentos adquiridos no Instituto Técnico Industrial de Cremona, e fascinado pelos barcos da americana Chris Craft, Carlo Riva queria mais. Desejava produzir em escala industrial barcos de excelente qualidade e revolucionar um estaleiro familiar sem grandes objetivos e que vivia apenas de entusiasmo e carolice.

 

Determinado, Carlos Riva conseguiu um reconhecimento do famoso criador das armas Beretta, que lhe encomendou um barco com pagamento adiantado. Mais do que uma nova embarcação para caça aos patos no lago de Como, Beretta quis perceber se este pequeno investimento funcionaria como semente de um novo negócio. Porém, o interesse de Beretta não demoveu o seu pai, que se manteve irredutível na sua desconfiança. As relações entre os dois entram então no período mais delicado e, numa noite de janeiro de 1950, Carlo acabou por fazer um ultimato: ou o pai o deixava desenvolver a sua estratégia ou nunca mais contaria com ele. Sem escolha, Serafino cedeu e acordou com Carlo um período de três anos, ao fim do qual teria de estar perfeitamente convencido de que o negócio ia de vento em popa. Caso contrário, teria de devolver-lhe tudo e desistir para sempre dos seus planos. A combinação consumou-se e foi mesmo formalizada no notário. Carlo não só cumpriu os termos do acordo, como lançou mão do planejamento e construção de um novo estaleiro numa zona mais a sul do lago Iseo. A nova Cantieri foi inaugurada com pompa e circunstância pelo presidente da Câmara de Sarnico, em outubro de 1954, e ao fim de quatro anos o nome Riva começou a ser conhecido.

Mas, para poder oferecer ao mercado barcos de alta qualidade, Carlos Riva sabia que havia problemas a ultrapassar. Um deles era a confiabilidade dos motores italianos, cujo desempenho em competição não tinha paralelos em barcos de passeio. Como sabia bem que eram os americanos da Chris-Craft que produziam motores dessa qualidade, rapidamente preparou uma viagem aos EUA, onde tentou obter o exclusivo da marca. Em 1952, na companhia de um tradutor da embaixada italiana, visitou Roy Clark, o diretor de vendas da Chris-Craft na sede da empresa garantindo a exclusividade dos seus motores para a Europa.

 

Com a melhor motorização, Carlo Riva rapidamente projetou a fama dos seus barcos além das margens do lago que o viu nascer. Primeiro, lançou o Scoliattolo, depois o Corsaro – de dois lugares e muito veloz -, Saebino – antigo nome do lago Iseo -, o Ariston, mais tarde o Tritone, o Florida – homenagem ao Estado americano com tradição no sky náutico – Junior, Olimpic e o famosíssimo Aquarama. Começavam, então, os anos dourados dos Riva.

Na crista da onda, Carlo não perdeu tempo e tudo fez para internacionalizar a sua marca. Às feiras de Milão e ao centro de exposições em Roma, sucedeu-se a abertura, em 1964, de um “show-room” em Nova York, mais propriamente no Rockefeller Center, em plena Quinta Avenida. Diante deste estava o famoso clube “21”, na época passagem obrigatória de centenas de celebridades, que passavam as suas noites no coração de Manhattan. Em poucas semanas, os Riva deram-se a conhecer os mais endinheirados compradores e as encomendas dispararam. Independentemente das suas fortunas, Carlo Riva aproveitou para instituir o princípio de que todos os clientes merecem igual atenção, que nenhum barco seria entregue sem o seu pronto pagamento. Como o próprio recorda, “muitas vezes não era fácil dizer a um rei que não poderia tocar no seu barco até o pagamento estar concluído! ”

Na fábrica, a partir do seu escritório panorâmico, Carlo Riva acompanhava ao pormenor todos os passos da linha de montagem. A cada trabalhador, nos seus trajes de trabalho, assim como às ferramentas, depósitos de madeira e de ferragens atribuiu uma cor, o que lhe permitia perceber se alguma “peça” deste “puzzle” estava fora do lugar e se havia algum problema.

O mesmo rigor era aplicado aos fornecedores de componentes. Entre as várias histórias que Carlo Riva ainda hoje confirma, conta-se a do seu cliente Fritzz Lizenhof, o presidente da germânica VDO que produzia instrumentos de navegação para automóveis e aviões. Lizenhof, que comprava Rivas como quem muda de camisa, propôs que fosse a sua fábrica a fornecer os manômetros para os Riva. Carlo Riva torceu o nariz, explicou-lhe que o mar e água salgada eram terríveis adversários e que não o queria perder como cliente. O presidente da VDO insistiu e nos meses seguintes os seus engenheiros fizeram inúmeros testes, mas os instrumentos mostravam-se frágeis. Então, ficou célebre o dia em que Carlo Riva pegou um martelo e, qual controle de qualidade, diante dos técnicos alemães, desfez os instrumentos da VDO em pedaços! Fritz Lizenhof não desanimou e, ao fim de dois anos, os manômetros da sua marca conseguiram resistir ao martelo Riva. Formalmente, em 1964, foram aprovados os protótipos que viriam a equipar os barcos de Sarnico. Na época, Carlo Riva justificava-se: “sejam reis ou industriais, todos os meus clientes são importantes e os meus barcos tem de ser perfeitos. Tudo quanto não seja a perfeição arruinará o meu nome”. Para sublinhar o seu cuidado, comprometia-se a compensar os futuros proprietários em cem dólares por cada dia de atraso na entrega, multa que nunca teve de pagar.

Projeto atual em parceria com a Ferrari

Dobrada a década de sessenta, começou a ganhar forma um dos derradeiros desafios de Carlo Riva: a construção de barcos em fibra. Gerard Kouwenhoven, amigo da família e responsável pelos negócios nos EUA, alertou-o para a autêntica revolução que estava varrendo os construtores norte-americanos. Em poucos anos, os catálogos destas marcas passaram a apresentar exclusivamente modelos em fibra de vidro, alteração que agradava aos novos clientes, pois estes barcos exigiam custos de manutenção mais baixos. Gerard aconselhou Carlo Riva a preparar-se para estes ventos de mudança que, em breve, chegariam à Europa.

A “difícil” decisão foi tomada e os primeiros Riva com peças em fibra ganharam forma em 1969. Esta novidade acabou por gerar polêmica e Guido Prina, o mais bem-sucedido distribuidor de barcos da Itália, referiu-se a Carlo Riva como um “tolo”, afirmando que “a fibra nunca seria bem aceita no país”. Em Genova, na maior feira náutica transalpina, Carlo foi recebido como um traidor do seu próprio negócio. O tempo encarregou-se de mostrar a todos que era o único que estava certo…

A nova forma de construir barcos de recreio, aliada à excitação sindical que desestabilizou a Itália dos anos sessenta, acabou por desgastar Carlo Riva. Paralelamente, iam-se sucedendo as propostas para parcerias ou mesmo de aquisição do Cantieri Riva por parte das marcas internacionais, como a própria Chris-Craft, a Brunswick ou a Whitthaker. Depois de vários meses de namoro, aceitou negociar com a Whitthaker, com quem se comprometeu a manter-se à frente do negócio durante dois anos, para poder acompanhar a total reconversão dos barcos para a fibra. Gerard Kouwenhoven esteve presente nestas negociações, que tiveram lugar num restaurante em Milão, e recorda que “Carlo ainda hesitou. Disse-me, com lágrimas nos olhos, que não conseguiriam vender o negócio da família, aquilo a que se havia dedicado de corpo e alma ao longo da vida”. Porém, às quatro da manhã, o negócio foi fechado. Dois anos mais tarde, em 1971, Carlo Riva optou por afastar-se, sugerindo o nome de Gino Gervasoni para seu sucessor. “Senti que ali nada tinha que ver comigo. ”

Longe do seu negócio de sempre, Carlo Riva dedicou-se à construção da primeira marina italiana, situada em Rapallo, bem perto de Portofino, e que foi batizada com o seu nome. Ao mesmo tempo desenvolveu clínicas de restauração especializadas nos barcos que produziu ao longo de décadas. Com o Porto, Carlo Riva pôde cumprir um sonho antigo e com estaleiros de recuperação de “Rivas” manteve-se junto à grande paixão da sua vida. Carlo Riva deixar à família a herança de, através da restauração, perpetuar no tempo os mais de 3.700 barcos que lançou ao mar. Deixa-lhes, também, o orgulho de ostentarem o sobrenome Riva, que ficará para sempre associado aos mais belos barcos do mundo. A todos deixa-nos um inestimável legado de “glamour”, excelência e bom gosto.

                                                                 Por Celso Mathias

Um juiz

Mas nunca me fugiu da memória a cena daquele juiz apoiado em uma bengala, ereto, a distribuir justiça com serenidade ímpar. Desembargador José Mathias de Almeida Neto, não sei por onde andas. Mas ….

                                                                                                                                                         

Conheci, certa vez, um juiz. Mas bastaria o cargo para definir um ser humano? Não. Diga-se, então, que era daqueles operosos. Mas seria esta qualidade bastante para dizer a que veio? Não. Acrescente-se ter sido magistrado probo. Receberia sua vida, com mais este atributo, um significado final? Não. 

Faltaria algo: um momento supremo conferindo ao seu espírito uma medida de grandeza.

Por um capricho da vida pude testemunhar este momento. Chegou-lhe a velhice. Alcançou-o a doença, com rara agressividade. Sentindo fortes dores, já não conseguia restar sentado – apenas deitado ou de pé.

Eis como este juiz não perdeu uma única sessão do Tribunal de Justiça que integrava: ficava de pé, ao lado do seu assento vazio. As horas se passavam. Seu semblante, carregado de dor. Mas lá estava aquele juiz, impávido, a participar de todos os julgamentos, envergando sua toga com uma dignidade difícil de descrever. Assim foram seus últimos dias. Suas derradeiras horas.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Desembargador José Mathias de Almeida Neto, uma lição de amor à Justiça.                                                                                                                                                                          

 

 

As décadas se passaram. Mas nunca me fugiu da memória a cena daquele juiz apoiado em uma bengala, ereto, a distribuir justiça com serenidade ímpar. Foi o seu momento supremo – e um dos mais belos que jamais testemunhei.

Vou à janela. Contemplo o meu país tão conflituoso. A minha gente tão dividida. Será que não compreende, como aquele juiz, que as coisas da vida passam, e passam muito depressa?

                                                                                             Seus pares o homenagearam dando o seu nome ao Fórum Criminal de Vitória

Lanço um olhar às instituições, tão ricas em títulos e símbolos. E tão distantes do carinho de todo um povo. Uma pena que não percebam, como aquele juiz, que cargos não fazem homens – e sim o inverso.

 

Vejo o desânimo a grassar. Que diferença podemos fazer, afinal? A nos responder a imagem frágil daquele juiz fazendo obstinadamente a sua parte. Cumprindo com o seu dever – mesmo sabendo estar já de partida.

Percebo, finalmente, a falta de fé. Fé nas pessoas. Na virtude. No ideal. Na pureza. Na grandeza. No Brasil, enfim. Talvez nos falte, em verdade, enquanto maioria silenciosa de pessoas de bem e do bem, a firmeza que aquele juiz tão bem representa.

Desembargador José Mathias de Almeida Neto, não sei por onde andas. Mas sei o que estás a fazer: muita falta neste nosso Brasil.

                                                            Por Pedro Valls Feu Rosa

Pedro Valls Feu Rosa, além de um vastíssimo currículo que não cabe aqui, em 1990, aos 23 anos, assumiu por Concurso Público, o cargo de Juiz de Direito da Comarca de Muqui/ES. Em 1992 foi promovido a Juiz de Direito da Comarca da Capital. Em 1994, aos 27 anos, foi eleito Desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

Programador de computadores, autor de diversos “softwares” dedicados à área jurídica, cedidos gratuitamente a diversos Tribunais do Brasil.

 

NDR-Pedro Valls Feu Rosa ocupa no Tribunal de Justiça do Espírito Santo, a vaga aberta com a morte aos 64 anos, do Desembargador José Mathias de Almeida Neto, que costumava se referir ao então jovem juiz Pedro Valls Feu Rosa, como o futuro da Magistratura do Brasil.

 

A elegância do gesto

 

 

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância. Ela é um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É mais do que um fraque e uma cartola! É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto…

 

 

…. É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Elegância é dar passagem a pé ou em qualquer veículo, àqueles que precisam passar.

A elegância está nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-las nas pessoas que não usam um tom superior de voz.

 

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

 

É elegante estender a mão, cumprir horários, dar bom dia, boa trade, Boa noite, até amanhã, um abraço, respeitar as leis de trânsito, não estacionar nos acessos e nem nos espaços destinados a pessoas com necessidades especiais, em frente garagens.

 

É elegante respeitar as filas e ceder o lugar àqueles ou àquelas que têm privilégios legalmente garantidos. É elegante respeitar a lei!

 

É elegante respeitar a lei do silêncio!

É elegante não ficar espaçoso demais!

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Elegância é nem pensar em atirar lixo na rua…

Sobrenome, joias, e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. Educação enferruja por falta de uso.

Elegante é admirar a nobreza e a ética repudiando àqueles que cultivam a “Lei de Gerson”.

“Lembre-se de que colheremos infalivelmente aquilo que semearmos. Se estamos sofrendo, é porque estamos colhendo os frutos amargos das sementeiras errôneas. Fique alerta quanto ao momento presente. Plante apenas sementes de sinceridade e de amor, para colher amanhã os frutos doces da alegria e da felicidade. Cada um colhe, exatamente, aquilo que plantou.”

Elegância é estender sempre a mão ao cumprimento, aos desamparados.

É não ter curiosidade sobre a vida pessoal e os negócios dos seus semelhantes.

Elegante é não ter inveja!

Elegância é principalmente respeitar. Aos mais velhos, aos mais jovens, aos compromissos e especialmente a si mesmo!

Essas regaras caem bem em qualquer lugar do planeta!

 

                                                                     Autor: Celso Mathias

As noites no Bar do Alemão

Outro dia fazendo uma pesquisa no Google, encontrei imagens do Bar do Alemão, “botequim” ao lado do Estádio do Palmeiras, que quando frequentei, no início dos anos 70, já contava com mais de uma dezena de anos e várias dezenas de fiéis frequentadores. Recém-chegado da Bahia, eu ensaiava os primeiros passos como executivo de uma multinacional do ramo de oxigênio e, por morar aí perto, na Vila Romana, fiz do lugar o meu ponto de todas as noites para ouvir boa música, beber chope bem tirado, comer petiscos gostosos, rir e conversar. Conversar sabe com quem? Gonzaguinha, Tom Zé, Dominguinhos, Paulo Cesar Pinheiro, Arrigo Barnabé, Roberto Riberti, Paulo Vanzolini, Eduardo Gudim, Carlinhos Vergueiro e sabe mais quem?

EDIÇÃO ORIGINAL DE 16 DE SETEMBRO DE 2019. REEDITADO PARA O NOVO FORMATO DA REVISTA VIDABRASIL

E passeando pela internet, fui reencontrando grandes personagens que frequentaram o bendito lugar e outros que ainda hoje frequentam, como o cantor e compositor Eduardo Gudim, atualmente, o dono da casa, que à época, adentrava o lugar, carregando seu charme e sucessos dos festivais, ao lado do parceiraço, Paulo César Pinheiro, que além de bom compositor, era o marido da Clara Nunes.

Por lá passeava também, meu amigo de adolescência, Vicente Barreto, um serrinhense que frequentou Euclides da Cunha nos anos 60, acompanhado do pai, Moreira, um corretor de valores que namorava uma senhora no povoado de Pinhões. Vicente, já famoso naquela época, é hoje um compositor consagrado em parcerias, entre outras, com Viniciusde Moraes e Alceu Valença, com quem divide o sucesso de Morena tropicana. Vicente me conduzia entre os famosos e, através dele, bebi várias caipirinhas com Gonzaguinha em longas conversas madrugada a dentro. Com Anastácia e Dominguinhos, bebi várias doses de cachaça pura, ocorrência repetida anos depois quando encontrei o querido músico calçado em chinelos de borracha, passeando pelas ruas de Vitória,

Com Tom Zé, o encontro no Bar do alemão, foi amor à primeira vista. Meu ídolo nos tempos que morei na pensão de D. Margarida, em Salvador e ele já comandara a Tropicália, naquela época, repousava sua criatividade na calma do seu apartamento nas Perdizes onde vive até hoje, criando, cultivando flores nos jardins do condomínio e em casa, a sua doce Neusa. Lá se vão 40 anos de convivência, mesmo distante, com o genial músico baiano. Na última vez que assisti um show dele, no Teatro do Sesc em Salvador, ao me identificar na primeira fila, interrompeu o espetáculo para me deixar corado com uma inesquecível homenagem. Vida longa ao Tom!

E o magrelo Serginho Leite, músico e humorista brilhante. Criador do personagem Agnaldo Peixoto, mistura de Cauby com Timóteo. Serginho que se foi tão cedo, já era muito engraçado, mas ainda não era humorista. Era um disputadíssimo instrumentista e componente da banda de Tom Zé. Muitas vezes, fomos o motor de arranque do Dodge Dart vermelho que ele pilotava.

 

 

Dia 10 de julho de 1973, deu uma canja na casa, um vizinho ilustre que morava noedifício ao lado. Nada mais nada menos do que o grande Agostinho dos Santos que comemorava a temporada que faria em Paris e seria iniciada naquela semana. Agostinho morreu no dia seguinte, no voo da Varig que caiu ao chegar no Aeroporto de Orly.

 

 

Além de músicos como Pulo Vanzolini, Odair Cabeça de Poeta, Helton Medeiros, ele mesmo, o grande sambista carioca que morreu esta semana, Arrigo Barnabé, Carlinhos Vergueiro, Roberto Riberti (parceiro de Gudim), o produtor Pelão, Edgard Gianullo, humorista e ator de sucesso em comerciais de TV, brilhante violonista até hoje em atividade, havia também o impressionante time da casa. Dagoberto, o dono, caixa e instrumentista. Nelsinho e sua bela mulher, sempre presente, era uma espécie de sócio e virtuoso cavaquinhista. Completava o time, Sinval, garçom baiano sempre disponível para uma piada e para uma chorada no chope.

 

Raimundo Monte Santo, o Raimundinho, que viveu grande parte da sua infância e adolescência em Euclides da Cunha e chegou a fazer sucesso em um festival com a Música América Neblina, também pontou na casa, mas esse, levado por mim. Não o via há alguns anos. Nos encontramos na noite Paulista e fomos parar no Bar do Alemão. Penso que foi naquela madrugada, depois que nos despedimos, que ele morreu em um trágico acidente na Avenida Paulista em frente ao MAM.

 

Fechando as memórias da noite, um espaço especial para um cidadão de Araras, um jovem médico conhecido pelas iniciais LACO, Luiz Alberto Chaves de Oliveira. Marcante por ser simpático, querido por todos e por andar sempre acompanhado de uma bela irmã, se não me engano, Regina. Nessa pesquisa de internet, encontro a brilhante trajetória do médico Laco, tendo ocupado importantes posições na saúde pública de São Paulo, atualmente aposentado e vivendo ao lado da mulher amada, em uma praia no interior de Alagoas. Vida longa a todos nós que ainda estamos aqui!

                                                             Por Celso Mathias

Amor que mata – Violência entre casais – principalmente contra a mulher

 

A Violência enquanto as pessoas estão casadas é tema, infelizmente, bastante conhecido. Ultimamente, entretanto, estudos mostram que a violência começa mesmo é no namoro. É preciso mostrar urgentemente aos adolescentes que gostar de alguém não dá direito a qualquer tipo de agressão ou constrangimento. Becky completou 17 anos, é inteligente, divertida e pretende ser profissional do humor.

Ao conhecer Kip, atraente, apaixonado, e preocupado com cada detalhe da sua vida, descobriu aos poucos que aquilo que parecia ser uma deliciosa paixão, transformara-se em angustia e prisão: Ele controla todos os passos da garota, interfere em seu relacionamento com amigos, persegue-a, terminando por agredi-la fisicamente. Nesse ponto, Becky toma consciência de que a paixão pode não ser exatamente aquilo que pensava. Entretanto, o caminho para se libertar de um namorado possessivo é mais complicado do que o que ela imaginava – aliás, muito parecido com o de libertar-se de um vício. A ajuda da família e dos amigos vai ser imprescindível…

Impressionada coma quantidade de casos de violência entre namorados adolescentes, a jornalista americana Janet Tashjian resolveu chamar a atenção dos seus leitores e escreveu o livro ‘Amor no fio da navalha’. O livro conta uma história que pode acontecer com milhares de adolescentes de qualquer quadrante do planeta

“Se tem ciúmes, é porque gosta de mim” A pesquisadora Carla Martins costumou-se a ouvir esse injustificável chavão. “O que acontece é que os adolescentes, embora reprovem a violência abstrata, depois encontram justificativas e desculpam a violência em situações específicas, como os ciúmes ou a infidelidade”, explica. Por violência não se entende apenas murros e pontapés. “A violência mais comum é a emocional (insultos, humilhações, ameaças, tentativas de controle) e a pequena violência física (bofetadas, empurrões)”, observa Carla.

Apesar do progresso no que diz respeito a condição feminina, as mulheres ainda são educadas para idealizar o amor. No entanto, uma das grandes diferenças entre a violência nas relações adultas e nos adolescentes é que as mais jovens também são agressivas nas suas relações amorosas. “Mas é verdade que as mulheres parecem sofrer mais a influência de um certo discurso sobre o amor e o romanceado, aquele que acredita que o ‘verdadeiro amor’ sobrevive a tudo, inclusive a agressões físicas e psicológicas. São as que acreditam que o amor é capaz de mudar tudo”, alfineta Carla.

Os grandes problemas são culturais: por exemplo, o namoro valoriza as mulheres. “Continua uma forma de afirmação social”, confirma a educadora Maria Leitão. “No curso secundário, tentamos mostrar-lhes que não precisam ter um namorado para se sentirem valorizadas. Mas é uma tarefa difícil. Elas preferem o Antes mal acompanhada do que só. Aprender a resolver um conflito de modo não-agressivo, como respeitar os direitos dos outros, como declarar uma situação que não os satisfaz, são aprendizagens que desenvolvemos com os estudantes para eles perceberem que há outras formas de nos relacionarmos que não sejam violentas. E também como forma de prevenção: para que, quando arranjem um namorado, não permitam que essas situações aconteçam. ”

 

Como afirma Janet Tashjian, autora de Becky: “Na nossa cultura, rapazes e moças nadam contra a fortíssima corrente da violência. As moças carregam frequentemente o fardo da raiva e da frustração dos rapazes. Ajudar ambos os lados a encontrar uma solução significa eliminar a raiz da violência na nossa sociedade. Temos muito trabalho à frente.

 

“Os homens também são vítimas desse tipo de ocorrência, e estas não são relações dentro das quais eles se sintam bem”, defende a professora Maria Leitão. “Socialmente, são obrigados a desempenhar um papel que não os satisfaz, mas

 não têm outro! Eles comportam-se da maneira que acham que lhes é exigida. Tentamos mostrar aos rapazes que, para serem homens, não precisam ser violentos. E ao recusar a violência, serão mais felizes. O problema é que mesmo algumas mulheres esperam deles a violência como afirmação. É fundamental apresentar novos modelos de masculinidade aos jovens, ou eles continuarão achando que não ser violento é ser homossexual. E no contexto de homofobia da sociedade, eles preferem tudo menos ser homossexual! ”

“Devemos, antes de mais nada, transmitir muito claramente, no nosso discurso e comportamento, que a violência é inaceitável, em qualquer circunstância e qualquer que seja a desculpa. Podemos educar os filhos para que sejam assertivos e não agressivos. Podemos enfatizar a ideia de que o respeito faz parte integrante do amor. E que o amor não implica anulação nem fusão com o outro. Os pais têm de perceber que os filhos não são deles, são do mundo”. Encerra Carla.

Autor: Celso Mathias

Ático: de Monte Santo para os mais elegantes salões de São Paulo

Conheci Seo Ático nos 80, quando, ao lado do meu saudoso tio José Mathias, nos hospedávamos no Ca’d’Oro, sempre que íamos a São Paulo. Naquela época, eu ainda não tinha noção da dimensão, daquele pequeno e gentil ser, muito menos, da origem dele. Anos depois, ao receber para jantar no Fasano, algumas amigas euclidenses, entre elas, a querida Nicinha Abreu, fomos servidos por aquele senhor tão simpático que nos servira no Ca’d’Oro. Aí sim, descobri de quem se tratava e que nascera na vizinha Monte Santo. No final da noite, cozinha fechada e tendo à nossa mesa a honrosa companhia do grande Sommelier Manoel Beato, ficamos sabendo de inúmeras histórias de Ático Alves de Souza. Ele nos deixou em 17 de janeiro último, aos 95 anos, já como lenda na sua área de atuação.

                                                                                                                                   Celso Mathias

 

 

 

O texto de Sibele Oliveira, conta com muita emoção, um pouco da trajetória desse ilustre montessantense!

Ático Alves de Souza ficou parado no caixa do restaurante Parigi, enquanto a filha contava para uma funcionária da casa que tinha surgido uma vaga para ele numa casa de repouso, no bairro do Morumbi. Tido pelos colegas como um grande contador de histórias, naquele momento o maître economizou nas palavras. Nem seu rosto, cujas linhas bem marcadas revelavam a carreira longeva, entregou o que ele estava sentindo no último dia de trabalho, depois de 70 anos na ativa. A ficha dele não tinha caído….

Naquela quarta-feira, no final de 2019, Ático tinha trabalhado normalmente. Serviu os clientes, alguns deles amigos de longa data que conhecia desde que eram crianças. “Se não repetir, é porque não gostou”, brincava, como era de costume. Durante a conversa entre a filha e a funcionária, ele já não vestia o smoking de todos os dias para empurrar o carrinho de prata com o qual transportava o bollito misto — cozido italiano de carnes, legumes, molho e raiz-forte — de mesa em mesa. Em vez do traje clássico, usava um suéter cinza igualmente alinhado. Foi com a costumeira elegância que seu Ático, como era conhecido pelos clientes, saiu do restaurante pela última vez. A decisão não partiu dele, mas dos filhos, preocupados com as falhas de memória do pai. Se dependesse do maître, continuaria mais tempo no salão servindo o bollito e distribuindo cumprimentos, simpatia, sorrisos e conversas aos clientes.

Amava tanto o ofício que adiou a aposentadoria várias vezes. Apesar de ter 92 anos, achava que era cedo para parar de trabalhar. Dava expediente às quartas e domingos. Chegava ao restaurante por volta das 11h30 e ia embora às 15h. Pegava um ônibus de Guarulhos, onde morava, até o Tucuruvi, na zona norte de São Paulo, e outro até a av. Brigadeiro Faria Lima. Só deixou de ir ao restaurante sozinho quando vieram os esquecimentos. Passou então a ir ao trabalho com um dos filhos.

Os funcionários foram pegos de surpresa com a notícia, embora soubessem que esse dia não demoraria a chegar, já que nos últimos tempos Ático andava se esquecendo das coisas.


Eric Berland (à esq), e Ático Alves de Souza, em seu último dia de trabalho, no final de 2019 Imagem: Eric Berland/Arquivo Pessoal.

 

“Ele era maravilhoso comigo. Quase um pai brasileiro, já que sou francês”, lembra Eric Berland, 58, chef do Parigi, que trabalhou com ele por 21 anos. Ático gostava de

contar histórias do passado, do dia a dia com a adorada esposa Dolores e com os filhos. Também era um ouvinte habilidoso e extremamente gentil. Por isso, os colegas se emocionaram tanto com a saída dele.

 

 

 

 

 

 

 

Começo difícilNascido em Monte Santo, no interior da Bahia, Ático passou por maus bocados. Aos oito anos, já trabalhava na roça. Passava o dia inteiro com o cabo da enxada na mão e vira e mexe via cangaceiros sertão adentro. Quando cresceu, tentou ganhar a vida plantando feijão, mas o sol não colaborou e a colheita ficou muito aquém de suas expectativas. Descontente, decidiu abandonar a terra natal. Foi de pau de arara até Minas Gerais, pegou carona num caminhão até o Rio de Janeiro e depois um ônibus para São Paulo.

Chegando à capital, em 1949, conseguiu um emprego de faxineiro numa casa noturna que também tinha restaurante, no centro da cidade. Também trabalhou no escritório da Confeitaria Fasano, mas logo passou para os salões de três restaurantes tradicionais de São Paulo. Primeiro abraçou a chance dada por Fabrizio Guzzoni, proprietário do Ca’d’Oro. Começou de baixo, como cumim, mas em pouco tempo ascendeu ao cargo de maître. Por lá ficou 37 anos.

Saiu para voltar ao grupo Fasano. Depois de nove anos no restaurante principal, permaneceu os últimos 21 no Parigi. Dono de uma carreira bem-sucedida, serviu vários presidentes brasileiros. Entre eles Getúlio Vargas, que descrevia como um homem sério, mas não aborrecido. Em suas palavras, João Figueiredo era o mais brincalhão de todos. “Só não atendi mesmo o Lula como presidente. Ele eu atendi como deputado federal”, contou em uma entrevista no YouTube. Além de políticos, perdeu a conta de quantos artistas e personalidades conheceu no exercício da profissão.

Tinha orgulho de atender tanta gente importante, mesmo sendo semianalfabeto. “Minha vida é um romance”, dizia, referindo-se à trajetória de menino pobre a um dos maîtres mais conhecidos de São Paulo. Nunca deixou de ser um homem simples, que tinha os clientes como professores. Com eles aprendeu a falar, a calar-se e a se aproximar de uma mesa na hora certa.

A educação, uma das marcas de Ático, ele aprendeu com a mãe, mulher humilde que teve 18 filhos e criou 12. Seu jeito agradava às pessoas de todas as idades. Tanto que muitas frequentavam o Parigi só por causa dele. Gabava-se de, em 67 anos nos salões dos restaurantes, nunca ter recebido uma queixa de um cliente. Fez por merecer a aprovação. Jamais se queixou de passar horas a fio em pé, correndo de um lado a outro para dar conta de atender com perfeição.

Reconhecimento até o fim Embora nunca tenha comandado uma cozinha, esse era um talento não explorado de Ático. Uma vez, quando ainda trabalhava no Ca’d’Oro, recebeu um pedido inusitado do amigo Geraldo de F. Forbes: fazer pastéis de arroz, carne e feijão. Mesmo tão afeito a regras, decidiu infringi-las. Preparou os salgados e, de quebra, fritou bananas de sobremesa. Sentindo o aroma de longe, os clientes também quiseram e, a partir daquele dia, a nova opção foi incluída no cardápio. Fez tanto sucesso que foi imitado por outros restaurantes.

Parte do mérito do bollito do Parigi, um chamariz de público, era de Ático. Os anos deram a ele experiência e uma precisão cada vez maior na hora de cortar e compor o prato. Exigente que era, sempre achava que podia se aperfeiçoar mais, apesar de seu trabalho beirar a perfeição. E o reconhecimento sempre vinha, de um jeito ou de outro. Décadas atrás, o serviço irretocável rendeu a ele a Comenda da Ordem do Trabalho, outorgada pelo ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianotto.

 


Ático Alves de Souza, em seu último dia de trabalho, ao lado de Sebastião Brito, carregador de pratos Imagem: Eric Berland/Arquivo Pessoal.

Nos últimos anos, a mão de Ático foi perdendo a firmeza. Seu cansaço também era evidente. Mas ele amava tanto estar entre os clientes que evitava pensar que não tinha mais condições de prosseguir no salão. Coube a Odair Brito, o garçom que trabalhava com ele, assumir a tarefa de cortar o bollito.

O maître ainda ficou mais um tempo, até que seus filhos se viram forçados a tomar a decisão por ele. Após o derradeiro dia de trabalho do veterano, Odair ficou responsável pelo serviço, até hoje oferecido no Parigi.

Ático não estava deixando apenas a profissão para trás. Também começou uma vida nova na casa de repouso, ao lado de Dolores. Muito querido pelos antigos colegas de trabalho, recebeu a visita de alguns nos dois últimos anos. “Tenho vontade de voltar a trabalhar”, certa vez confessou a Bruno Ribeiro Moreira, 37, ex-gerente do Parigi. Valdemir Melo, 54, maître do restaurante e enfermeiro, foi outro que continuou visitando o amigo e levando presentes, inclusive os que os clientes deixavam no restaurante para ele.

 

 

Em julho de 2021, Valdemir levou à casa de repouso a encenação de Lampião e Maria Bonita, interpretando o papel-título. Vendo a história familiar, o senhor de 95 anos chorou durante a peça inteira. Antes do Natal, quando recebeu uma nova visita do amigo, Ático repetiu: “Quero sair daqui para trabalhar”. Em janeiro escorregou, quebrou o fêmur e foi submetido a uma cirurgia. Voltou para casa para se recuperar. Dias depois, já na casa de repouso, sofreu um mal súbito à noite e faleceu. Deixa mulher, dois filhos e netos.

 

                                                                                                            Por Sibele Oliveira

 

                                                                                                              

Videochamadas

 

 

 

 

 

A chamada é encerrada com você sorrindo pra mim como uma criança e — devo admitir — eu também. Mais um convite direto do banheiro de onde você me pede para te “ajudar” no sexo solitário que — confissão sua — é uma prática cultivada desde a sua mais tenra infância. Só não fiquei mais surpresa com esse seu segredo, porque

 

 

 

conheço a rotina de sua vida. Se, por um lado, é uma brincadeira anômala, por outro, não deixa de ser inofensiva. Válvula de escape, transgressão sem culpa. Culpa? Sim, a culpa é componente incontornável nessa nossa história. Difícil imaginar como não seria assim, se a mentira constrói boa parte das verdades sociais.

Nunca imaginei que essas suas chamadas secretas fossem se tornar frequentes. Em parte, a curiosidade superou a opinião bastante negativa que tenho acerca desse tipo de encontro sexual. Interessante é que aconteceu justamente depois de havermos tomado certas medidas de distanciamento. Não que não seja bom ter você na cama. É bom até demais. O problema é que o seu papel na minha vida é outro. E sabemos disso desde aquela sua inusitada visita, com direito a chuvas e a trovoadas. Enfim, sou eu e meus racionalismos. E tem a culpa, etc. e tal. Conversamos. Não nos vejo sobrevivendo como amantes. O receio de darmos alguma pista, o medo de sermos flagrados em alguma inconsistência e até mesmo o fato de sermos amigos tão leves e alegres. Quando estamos juntos, brincamos o tempo todo. Tipo aquela vez que me assustei quando dei com você debaixo da mesa alisando as minhas pernas. E o que fiz? Me enfiei lá embaixo também, só pra brincar com você. Nada de mais, não fosse uma tarde de trabalho no escritório, com gente séria do outro lado da porta. Isso sinaliza um bem-estar que alguém sempre pode notar, maliciosamente. Melhor parar, dar um tempo. Mas então você argumentou que gosta de sexo também quando está sozinho, e que sozinho não faz mal, porque não seria traição. Coisa de criança, retruquei. Você apenas sorriu e balançou a cabeça como quem diz: me aguarde.

Chamadas de vídeo são uma rotina de trabalho para nós dois, razão pela qual não me assustei ao aceitar mais uma, mesmo fora de hora. Só que não era mais uma. Em lugar do republicano ambiente onde você trabalha quando está em casa, vi o seu rosto bem de perto, tomando todo o écran do celular, com o dedo indicador sobre os lábios me pedindo silêncio. Estranhei a princípio, e só entendi depois, ao perceber que você foi afastando a câmera de seu rosto, aos poucos, bem devagar. Pude ver então que você estava sem camisa. Mais abaixo, você parou, para me mostrar, em close, o tamanho e o estado do seu desejo. Tudo aquilo era tão inusitado que encerrei a chamada, não sem assistir um pouquinho mais do seu show. A coisa toda se deu tarde da noite. Depois de um jantar em família que acontecera horas antes.

 

Eu, de convidada, estava até bonita, usando roupas que raramente uso, tipo aquela calça branca justa, saltos altos e batom. Um pouco culpa sua esse meu reencontro com a vaidade. De fato, me preparei naquela noite para causar surpresa. E causei. Afinal, minha regra básica de elegância não dispensa a discrição. Mas, naquela noite, de caso pensado, eu fui, sim, mais ousada que de hábito. E fiz questão de lhe contar que, entre a roupa e o meu corpo, não havia mais nada. Divertido constatar quantas vezes você, acidentalmente, me tocava de leve sempre que podia, embora mal nos olhássemos no cerimonioso jantar. Só mais tarde, porém, você fez questão de me mostrar o tamanho do seu desejo, por vídeo, e em close.

 

Dias depois, uma chamada com direito a susto. Você arrumando o celular para que eu pudesse, de baixo para cima, contemplar toda sua tesão, quando soou uma batida fortíssima na porta do banheiro onde você estava. Deu para ouvir o seu nome pronunciado com força e irritação, com a frase: “Vai demorar muito ainda?!” Seguiu-se daí o imediato encerramento da transmissão.

 

 

 

Outra vez, você me chamou da praia, enfiado no banheiro, contornando família, hóspedes e convidados. Escondido de todos, fazia das suas, silenciosamente. E eu só observando, rindo por dentro e por fora, enquanto fingia que ia tirar a roupa na sua frente, até tirar mesmo, só pra ver sua cara e a minha, ambos dando risada de nossa tão condenável transgressão.

 

 

Aliás, segundo você, fazendo assim, não há nenhuma transgressão. Traição virtual não existe. Quando entendi que esta era a sua justificativa, me lembrei de ter lido alguma coisa sobre transação de consciência. É uma espécie de negociação que acontece sempre que a culpa de alguém se torna mais leve. O sujeito se convence de que, embora agindo mal, poderia ter feito pior, mas não fez. Tipo a prostituta que se admite como tal, mas assevera ao cliente que sempre respeitou o alheio: “Verdade que sou puta, mas não sou ladra, não!”. Ou o ladrão que, admitindo roubar, ressalta o fato de não ser assassino. Exemplos fortes, mas didáticos. Há outros mais leves, tipo a torta que comi inteira, porém acompanhada de refri diet e seguida de cafezinho sem açúcar. Seu raciocínio acerca de sexo é uma operação muito semelhante: somos absolvidos de um pecado que só acontece na consciência e, é claro, no instante virtual, em que pese nada virtuoso.

 

Hoje não foi diferente. De bem longe desta vez, você me chamou de manhã. Caprichando no zoom, mostrou-se todo, sem roupa alguma, dando a entender que queria me ver de perto também. Coisas que se passaram ao som do chuveiro ligado, para disfarçar de todo mundo o que você apronta fechado no banheiro com seu celular.  Tudo isso tranquilamente. Afinal, não se trata de traição. De jeito nenhum! Porque sexo por videochamada pode, não é? Sem culpas então. Negócio fechado.

 

 

                                                                                                           

 

 

                                                                                                                                             Por Beatriz Basto

Fiat 8V Supersonic 1953: essa raridade foi leiloada por mais de U$2 milhões

O carro, leiloado pela Bonhams, original de 1953, é um dos 15 modelos 8V da Fiat com o visual Supersonic produzidos junto à Ghia – famosa empresa italiana de design automobilístico. É um bólido antigo!

Edição limitada original da década de 1950 passou por uma restauração que levou oito anos para ser concluída, o Fiat 8V Supersonic, modelo que foi leiloado recentemente, tem visual aeronáutico do Supersonic é assinado pela Ghia. Colecionar carros é uma tarefa difícil: eles geralmente são maiores, muitas vezes mais raros e tão caros quanto quadros e esculturas – tudo porque alguns tiveram edição limitada e poucos sobreviveram ao tempo. Daí, quando uma edição única aparece à venda ela vira febre entre os amantes das quatro rodas.

 

O carro, leiloado pela Bonhams, original de 1953, é um dos 15 modelos 8V da Fiat com o visual Supersonic produzidos junto à Ghia – famosa empresa italiana de design automobilístico. Ele permaneceu por 36 anos nas mãos do mesmo proprietário e passou por uma restauração de oito anos que custou US$ 600 mil.

Na parte técnica, o 8V Supersonic tem embreagem manual de quatro velocidades, suspensão independente nas quatro rodas e dois carburadores Weber 36 DCF, além da válvula Fiat 8V que dá nome ao modelo. O layout segue o padrão aeronáutico dos Supersonic e tem pintura em azul com o interior em couro.

 

 

 

O motor é um original do 8V Supersonic com dois carburadores Weber 36 DCF e a válvula 8V da Fiat que dá nome ao modelo.

 

 

 

 

 

Um dos modelos mais famosos da Ghia, o Supersonic não era apenas uma questão de moda  brilhante; foi em muitos aspectos o resultado de necessidade econômica. Nos anos imediatamente seguintes a Segunda Guerra Mundial, os construtores italianos enfrentaram terríveis circunstâncias. Os principais fabricantes do país estavam lutando para retornar às condições normais de funcionamento, a economia era um modelo de instabilidade, e alguns veículos em produção eram adequados para uma Itália vitoriosa.

 

 

Em 1950, um designer talentoso, o engenheiro, Savonuzzi começou sua carreira no setor aeronáutico da Fiat, onde desenvolveu uma estreita relação de trabalho com Dante Giacosa, o homem por trás do projeto 8V.

Para a Fiat 8V, Savonuzzi criou um cupê de duas portas com base em suas experiências anteriores. Em ambos, conceito e detalhe, ele abandonou influência tradicional e olhou em direção as tendências contemporâneas na indústria aeroespacial, um campo familiar para o designer.

Em maio de 1953, o Supersonic chegou aos Estados Unidos aclamado pela crítica. Nos meses seguintes à sua chegada, foi destaque em várias publicações automotivas, incluindo todos os carros do mundo, 1954 Carros e Motor Trend.

É seguro dizer que esse Supersonic levou uma existência extraordinariamente protegida e isolada. No momento da catalogação, o velocímetro marcava apenas 26,700 km – pouco menos de 17.000 milhas. Este número espantoso é suportado pelo estado do carro altamente original, uso mínimo e proveniência hermética.

 

A pintura parece ser 80% original e possui uma bela aparência, uniforme, com todos os traços maravilhosos que vêm com décadas de uso contínuo e interação com seu cuidador em longo prazo. O Supersonic é, literalmente, original voltado para baixo para as rodas e pneus Pirelli Cinturato instalados de fábrica, e os discos originais de rodas polidas são o único conjunto original conhecido por ter sobrevivido intacta.

A raridade alcanço no leilão, mais de US$2 milhões (mais de R$10milhões).

Amores e desamores

Joane e Gil Dionisio comemoram no último sábado, idade nova dela. Falando sobre vinhos no Excelsior Gourmet, o querido Maurício Ferreira. Anatália e William Riley estiveram em Salvador, onde comemoram 53 anos de feliz união. Jennifer Aniston e Adam Sandler são vistos gravando sequência de filme no Havaí. Zilu Godoi, de 63 anos, compartilhou uma foto para desejar um bom-dia aos seus seguidores nas redes sociais nesta quinta-feira (3). Luiz de plantão, recebemos a visita da querida amiga Karol Mariano, que veio colocar a conversa em dia. E por falar em Restaurante Amado, a casa que tem uma das mais belas vistas e um dos ambientes mais agradáveis de Salvador, está deixando muito a desejar A decisão de dispensar teste negativo ao vírus COVID19 para entrar em Portugal, bastando apresentar o certificado di

gital ou um comprovante de vacinação. Eliana e Miguel Abreu comemoraram em Salvador, no Restaurante Pedra do Mar –Rio Vermelho, 47 anos de muito amor.

 

Niver – Joane e Gil Dionisio comemoram no último sábado, idade nova dela. Na bela vivenda do casal, amigos e familiares cantaram parabéns em clima de muita alegria e com a discrição que permeia as relações do casal. Nota 10 em tudo!

 

 

Ela é um luxo – Jennifer Aniston e Adam Sandler são vistos gravando sequência de filme no Havaí. Eles gravam a sequência do longa Mistério no Mediterrâneo, filme muito assistido na Netflix. Para a ocasião, a atriz, de 52 anos de idade, usava saia estampada, chapéu e um top verde, que deixou à mostra seus braços torneados enquanto ela caminhava pelo set de filmagens.

 

 

From Rio to Salvador – Anatália e William Riley estiveram em Salvador, onde comemoram 53 anos de feliz união. Revisitaram os pontos tradicionais da capital baiana, se deliciaram com a boa cozinha do Maximo Cremonini, curtiram a tarde de domingo na Casa Mia do incrível Alessandro Narduzzi e encerraram a visita com um jantar iniciado ao pôr do sol, no Restaurante Amado, encerrado com passos de dança ensaiados na saída do belo espaço gastronômico.

 

Oncinha – Zilu Godoi, de 63 anos, compartilhou uma foto para desejar um bom-dia aos seus segui

dores nas redes sociais nesta quinta-feira (3). Na imagem — tirada na sala de sua casa, nos Estados Unidos — ela aparece deitada em uma poltrona, vestindo uma camisola e um robe com estampa de oncinha e renda.

 

 

 

 

Com Karol – Luiz de plantão, recebemos a visita da querida amiga Karol Mariano, que veio colocar a conversa em dia. Como sempre, elegante e atenciosa, trouxe um delicioso Ceviche, que apreciamos acompanhado do excelente Espumante Vezzi.

Desamor – E por falar em Restaurante Amado, a casa que tem uma das mais belas vistas e um dos ambientes mais agradáveis de Salvador, está deixando muito a desejar no serviço e mesmo no cardápio. Lugar que já mereceu nota 10, hoje, não passa de 7, com ressalvas. O couvert é inqualificável e, no que nos foi servido, nada especial que justificasse, por exemplo, os preços. As cadeiras da varanda precisam e urgentemente ser trocadas. São muito desconfortáveis. Tudo isso pode ser corrigido com um olhar mais atento e cuidadoso do renomado Chef Edinho Engel!

 

Liberado em Portugal – A decisão de dispensar teste negativo ao vírus COVID19 para entrar em Portugal, bastando apresentar o certificado digital ou um comprovante de vacinação reconhecido, entra em vigor nesta segunda-feira, 7 de fevereiro, anunciou Governo.

Na última quinta-feira, o Governo decidiu acabar com a medida em vigor desde 1 de dezembro do ano passado, que impunha que todos os passageiros que chegassem a Portugal por via aérea eram obrigados a apresentar um teste negativo ou um certificado de recuperação no momento do desembarque.

A medida foi publicada hoje no Diário da República e “as regras nela constantes estarão em vigor a partir das 00:00 de segunda-feira, dia 7 de fevereiro”, acrescenta o comunicado. No que diz respeito à entrada em território nacional, “passa a ser exigida apenas a apresentação do Certificado Digital covid da UE nas suas três modalidades ou de outro comprovativo de vacinação devidamente reconhecido”.

 

 

 

Savoir-Vivre – Falando sobre vinhos no Excelsior Gourmet, o querido Maurício Ferreira, o homem que sabe tudo sobre o tema e exerce como ninguém, o “Savoir-Vivre”!

 

 

 

Os primeiros 47 anos – Eliana e Miguel Abreu comemoraram em Salvador, no Restaurante Pedra do Mar –Rio Vermelho, 47 anos de muito amor, carinho e cumplicidade. Convivência bonita de se ver!